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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A minha obra há-de ser traduzível -- Valter Hugo Mãe

Quando se prepara para lançar o seu quinto romance, "O Filho de Mil Homens", o escritor disse, em entrevista à Lusa, que é, desde "há dois ou três meses", autor da agência literária Rogers, Coleridge & White, "uma agência puramente literária, com grandes nomes, como o Ian McEwan, ou o Kazuo Ishiguro, ou como o Chico Buarque", e que conta ainda com outros autores de língua portuguesa, todos eles brasileiros: Bernardo Carvalho, Lourenço Mutarelli, Milton Hatoum e Daniel Galera, entre outros.
Colm Toibin, Peter Carey, Donna Tartt e Dame Antonia Byatt são alguns dos escritores de língua inglesa que integram também a lista de autores da agência.

Sobre a dificuldade de traduzir a sua obra, Valter comentou que é uma coisa em que tenta "não pensar muito, porque senão é muito angustiante".

"Não policio demasiado as traduções que vão sendo feitas e acabo por confiar nos tradutores e... que seja como for. Acho que se traduziram a obra do Lobo Antunes, ou se traduziram a obra do Saramago, a minha obra também há-de ser traduzível. Agora, é claro que é uma coisa recorrente dizerem-me que é exigente", indicou.

"Aliás -- prosseguiu -, quando ganhei o Prémio Saramago, `o remorso de baltazar serapião` foi pedido para todas as editoras europeias e mais algumas, e depois foi declinado por todas as editoras europeias e mais algumas sempre com a mesma desculpa: diziam que tinham gostado do livro, mas que o consideravam literariamente exigente e que não encontravam tradutor para aquilo. E depois, `o apocalipse [dos trabalhadores]` já foi abrindo um pouco mais as portas, mas naquela altura, como `o remorso` é muito um trabalho de linguagem, ficou, de certa forma, prejudicado no que poderia ser um percurso internacional para o livro".

A razão pela qual Valter considera que esta é uma agência perfeita para si prende-se com o facto de ter apenas autores "todos eles numa linha perfeitamente literária".

"Não está em causa aquela ficção ligeira, mas sim a ficção de linguagem, digamos assim, literatura de autor. E a agência tem estado a fazer um trabalho excecional e nestes poucos meses têm estado a surgir propostas fantásticas e estão a colocar-se hipóteses fantásticas, que até aqui nunca foram colocadas, porque eu estava sem agente", sublinhou.

"Trabalhei uns tempos com uma miúda alemã que não vendeu um só livro meu para nenhuma editora em dois anos ou três, e os únicos livros meus que foram vendidos foram-no diretamente, eram os editores que me falavam. E esta agente começou há dois ou três meses e quer-me parecer que já vendemos uma quantidade... Está ainda tudo por definir e por fechar, mas está tudo já avançadíssimo e, à partida, as coisas vão mudar muito", observou.

ANC in RTP

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