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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Escritor apresentou “O filho de mil homens” acompanhado de Mário Soares Valter Hugo Mãe em maiúsculas numa noite de coincidências

Hugo Mãe entrou sábado à noite na livraria Ler Devagar, em Lisboa, com 39 anos. Saiu com 40. Pelo meio, os amigos dos livros, da música e do Brasil elogiaram-lhe por antecipação “O filho de mil homens”, o seu quinto romance, o primeiro em que deixa de assinar como valter hugo mãe e aquele em que procura “outras formas de dizer”, como resumirá após uma hora de apresentação ao lado de um par improvável, Mário Soares, e outra ininterrupta de autógrafos.

Há dois meses, o escritor estava nas primeiras páginas dos jornais brasileiros pela comoção inesperada com que foi recebido na FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty. Ontem, não houve quem chorasse ao ouvir Hugo Mãe, mas uma “coincidência maravilhosa” permitiu que o Brasil voltasse a encontrar-se com o autor português.

Zuenir Ventura, jornalista e escritor brasileiro, e Luís Fernando Veríssimo, escritor e cronista, estavam por estes dias de visita aos Açores. Em Lisboa, onde assistiram à apresentação do novo romance do escritor, reencontraram o autor que provocou “um choque cultural muito grande e um dos maiores acontecimentos” da FLIP, como recorda Ventura.

Os dois vieram para ouvir Valter Hugo Mãe falar de Crisóstomo, um homem “quase irreal” que descobre aos 40 anos que quer ter um filho e por quem o autor lutou até ao fim da narrativa para que se tornasse feliz. “A sua biografia não coincide com a minha. O Crisóstomo não sou eu, é o que eu gostaria de ser”, explicou sobre a personagem principal de “O filho de mil homens”.

Este é o romance em que Valter Hugo Lemos – o homem – deixou de ser valter hugo mãe para passar a ser Valter Hugo Mãe, o homem, o músico, o artista, o escritor. Depois de “a máquina de fazer espanhóis”, que lançou no ano passado, nesta obra pôde terminar um ciclo e “repensar aquilo que é possível repensar e procurar outras formas de dizer”, como explicou em conversa com o PÚBLICO após a sessão de lançamento. Deixar de assinar e escrever apenas com minúsculas – uma das suas imagens literárias – é também uma forma de não ficar preso a “uma receita qualquer”.


Pedro Crisóstomo in Público

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